quinta-feira, 27 de maio de 2010

Na pindura

Eu tive um probleminha quando eu cheguei em Taiwan. O meu dinheiro-de-instalação-inicial foi separado em grana viva (30%) e cartão (70%), que travou aqui – mesmo eu avisando o banco que eu ia viajar. E eu ainda tive que pagar 3 meses adiantados do aluguel nada modesto do meu novo apê na hora de fechar o contrato.

O que aconteceu?

Fiquei na pobreza total, me virando do jeito que deu. Economizei bastante, inventei moda, tive muito jogo de cintura e roubei um pouquinho. Brincadeira, eu não economizei.
Ha-ha.

Hoje em dia tudo já está estabilizado, mas foi até bom eu ter passado pelo aperto. Aprendi umas coisas. Uma dica que posso dar é que, pra cortar custos de maneira inteligente, é necessário encontrar um equilíbrio entre o peso que as coisas têm no bolso X o quanto elas são importantes pra você.

Situação ilustrativa #1: Sabia que não faz muita diferença se você usar a metade da quantidade de pasta de dente na sua escova? Taí, já é alguma coisa. A diferença que isso vai fazer na sua vida é chocante.

Situação ilustrativa #2: perdi minha caixinha de óculos escuros e não tinha dinheiro pra comprar outra. A solução foi fazer uma com as minhas próprias mãos.


Sem nunca perder a pose.

domingo, 23 de maio de 2010

Dia das mães em Taiwan: Comida

O jantar consistiu em vários pratos que foram sendo levados à mesa ao longo de uma hora e meia. Alguns gostosos e outros bem curiosos, no mínimo. Um que me chamou muita atenção foi o Buddha Jumps Over the Wall (佛跳牆). Tradução: Buda pula o muro. Hehe. O prato foi batizado dessa forma, pois dizem que o seu cheiro é tão irresistível que despertaria a tentação até no próprio Buda. PS: caso você tenha dormido nessa aula de História, o iluminado pregava o desapego de todo e qualquer desejo.

É um ensopado que – de acordo com a receita completa e tradicional – requer mais de trinta ingredientes, doze condimentos e pode levar até dois dias para ser preparado. Ali no jantar a gente comeu uma adaptação do prato, porque a versão original é muito cara. Experimentei, claro, e achei rico. Forte.


Essa imagem é da internet porque eu não achei apropriado sacar a câmera do bolso e ficar tirando foto da mesa posta.

A receita típica leva: barbatana de tubarão (meio proibido por causa da caça), estômago de porco, tendão de porco, pato, pombo, peixe, bucho de peixe, camarão, vieira, moluscos, frango, ovos de codorna, broto de bambu, cogumelos, ginseng, pepino-do-mar, japonicus (japonicus? O que ser isso?), chinese wolfberry (?), taro (?), longan (?), entre outros.

A melhor parte é que, quando eu perguntei o que tinha exatamente na nossa versão prêt-à-porter, eles não souberam me responder. Veja que emocionante! Será que eu comi tendão de porco? Não sei. Bucho de peixe? Talvez. E japonicus? Pode ser, quem sabe?

Mas não foi só isso, não. Me aventurei e experimentei enguia assada, um molusco chamado haliote (que parece uma ostra) e a semente da flor de Lótus (boa!). Comi também a sopa Hakka com bolas de arroz (客家湯圓), sticky rice (“arroz grudento”), peixes, lula, polvo. Para acompanhar, molhos doces e salgados.

De sobremesa teve melancia e uma geléiazona bem consistente com recheio de red beans (seria correto eu traduzir como feijão vermelho?), ingrediente popular nas sobremesas daqui.

Bom, no final todos se despediram, se abraçaram e eu saí rolando do restaurante.

Obrigada, família Huang, por ter me mostrado a cultura do outro lado do mundo e, ao mesmo tempo, ter feito eu me sentir em casa.

sábado, 22 de maio de 2010

Dia das Mães em Taiwan: Pessoas

Nem contei pra vocês do meu Dia das Mães em Taiwan. Vou separar a experiência em dois posts, pra não ficar muito longo, ok? E amanhã vocês voltem aqui porque eu vou falar sobre a comida.

Certo. Primeiro eu devo dizer que eu tenho uma amiga ótima daqui de Taiwan. A Aya. Uma garota fofíssima, super simpática e atenciosa. Não só ela é assim, como também seu irmão Gil e sua cunhada Cherry. Conheci-os logo quando cheguei e desde então não paramos de nos ver. Eles até brincam que me adotaram aqui.


Ei.. mas.. tem algo de diferente nessa cena.

Então, são todos uma graça. Me explicam muita coisa da vida e da cultura local, me levam pra passear e me ajudam sempre quando eu preciso. Inclusive, se não fosse por eles, eu teria passado o segundo domingo de Maio – mais conhecido como Dia das Mães – completamente sozinha... (uma lágrima).

Me senti honrada com o convite. No dia, a Aya e o Gil passaram pra me buscar à tarde e então fomos a um restaurante, onde cerca de vinte pessoas nos esperavam sentadas em duas grandes mesas. Tias, avós, primos. Todos sorriam e me olhavam, curiosos. Não é normal pra eles ver um estrangeiro fora da televisão. Pediram pra me abraçar, tirar foto. Fui muito bem recepcionada.


Eu, super confortável e relaxada.

PS: não, não sou gigante.


Aya (atrás de mim) e primas.


Eu - novamente, super à vontade - com a mãe da Aya e as flores que eu dei, já que eu sou uma fofa.

E Mãe, eu não esqueci de você! Também tenho um presentinho pra te dar.

Minha primeira prova de Mandarim:


Também te amo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pantomima de sobrevivência

Dica: sempre carregue papel e caneta com você. De vez em quando é menos constrangedor desenhar do que usar a linguagem corporal.

Hoje eu tive que fazer uma mímica perguntando “onde fica o banheiro?”. E vamos dizer que a moça não entendeu nos primeiros 30 segundos.

Fazendo o Marcel Marceau.


Sem nunca perder a pose.


É isso, precisava dividir esse momento mágico e inesquecível com vocês. Beijos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Preto, o branco e os tons de cinza

Eu faço um curso de Mandarim em uma universidade relativamente perto do meu trabalho. 10 minutos de bicicleta. Então algumas vezes por semana eu saio da empresa e vou direto pra lá agregar conhecimento na minha vida. A minha professora é uma fofa e os colegas são ótimos. São 3 franceses, 2 suíços, 2 norte-americanos, 1 romeno e mais uma brasileira. Esses dois últimos trabalham comigo também.

E eu vou confessar. Não sei por quê, mas antes de vir pra cá eu tinha certeza que eu não gostava de Mandarim. Mas eu falava com uma convicção assustadora, bem ignorantona mesmo. Daí comecei a ter aulas e não é que eu to achando legal? A estrutura da língua até que dá pra entender, porque é super simples. Não existe conjugação de verbo e eles cortam as firulas. Ótimo, até aí tudo bem.

Mas agora eu vou dizer os dois pontos mais complicados em minha opinião.

1 – Os tons. São quatro, então o mesmo som pode ter significados diferentes dependendo da entonação que você aplica. Na verdade são CINCO opções, porque existe o tom neutro. Exemplo:

媽 Ma1 = mãe
麻 Ma2 = entorpecido
馬 Ma3 = cavalo
罵 Ma4 = xingar
嗎 Ma = partícula de pergunta

E pra facilitar a vida, os significados são super próximos. Tudo a ver, né? Uma mão na roda.

2 – O segundo ponto de maior dificuldade pra mim é escrever os caracteres chineses. Veja bem, é aprender do zero. É como se eu fosse uma completa analfabeta entrando pro Jardim 1 com 22 anos de idade.

*Situação ilustrativa: Eu na aula.

- Professora, eu to escrevendo certo esses caracteres aqui?

O que ela deve estar vendo:

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Mistério do Porteiro B

Observem as seguintes fotografias:

Meu Porteiro A:

Meu Porteiro B:

Um é uma graça e o outro é sinistro. Vocês imaginem qual é qual. Eu vou me abster aqui no blog.

Agora que vocês já foram apresentados, eu posso desabafar. O meu Porteiro B vive falando comigo em mandarim, cara. Acho que ele ainda não percebeu que EU NÃO ENTENDO CHINÊÊÊS! Toda santa vez que eu cruzo o hall de entrada do meu prédio, ele começa a dissertar. Não sei o que ele tanto articula.

Comecei tentando interpretar e descobrir o que era. Parava, escutava, apontava, desenhava. Nada.

Depois passei a fazer mímicas complexas que passassem a simples idéia de que EU NÃO ENTENDENDO CHINÊS. Quase um teatrinho, bem didático. Ficou até bonitinho.

Num estágio seguinte, eu aprendi a dizer em mandarim “eu não compreendo o que você fala”. Não surtiu efeito algum. Menor diferença. Dia seguinte, lá estava ele. Sem a tecla SAP.

Daí você percebe que está se estressando com isso quando você surta em português mesmo. “Gato! Desculpa, mas eu realmente não sei do que você está falando!”. Novamente, efeito zero. Foi como se eu tivesse pedido “Por favor, continue. A história está muito cativante”.

Hoje em dia nós estamos sintonizados. Chegamos num consenso. Ele continua com a idéia fixa de monologar em mandarim e eu só respondo “bom dia pra você também” e continuo andando. Vivemos felizes para sempre. Fim.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Como subir na vida

Eu acabei de voltar da academia que tem aqui no prédio. Estava correndo na esteira.

- Ah, que legal! Você está fazendo exercícios pra aperfeiçoar seu condicionamento físico e melhorar sua qualidade de vida?
- Não.

É que eu decidi participar de uma competição de corrida. Exato, vou me jogar na vida. Curtir intensamente as experiências e tal.

Não fui feita pra essas coisas. Nem trouxe roupa pra isso. Tive que escolher uns pijamas que serão sacrificados pra servir esse meu devaneio. E hoje na academia eu constatei o óbvio fato de que eu não estou muito em forma. Consegui correr 20 minutos só. Passei mais tempo desenroscando os meus fones de ouvido do que na esteira.

Nem ligo. Vou incorporar a Elaine-No-Limite-1 e terminar essa competição, vocês vão ver. Torce aí!

Ah, e a corrida é super legal e diferente. Achei digno. Olha só:

Taipei 101 Run Up:

Uma corrida até o topo do segundo prédio mais alto do mundo, o Taipei 101. Se não fosse pelo Burj Khalifa de Dubai, inaugurado em Janeiro desse ano, o Taipei 101 seria O MAIOR.


São 508 metros de altura. 91 andares. 2.046 degraus.
Depois dessa eu nunca mais vou sentir remorso ao pegar um elevador pra subir um só andar.


E não é só no Taipei 101 que existe esse tipo de corrida. Há muito tempo isso já ocorre em outros prédios, como o Empire State Building.

A competição acontece na manhã do dia 30 de maio. Eu serei uma das 2.500 pessoas sem-noção a participar do evento. É bastante gente, mas eles organizam isso muito bem. (Espero do fundo do meu coração). Existem horários diferentes pra cada grupo de corredores e também as levas de participantes vão sendo liberadas aos poucos pra subir no prédio. Acho que não vai ser tão desesperador, claustrofóbico e brutal quanto eu imagino.

Eu li que na competição do ano passado só uma dúzia dos participantes era estrangeira. Aê! Achei responsa. Quem sabe eu não faço a emocionada e corro com um pano verde e amarelo amarrado no braço. Ou não. Imagina eu chegando na posição número 2.499 com a bandeirinha? Que péssimo seria. Taí uma associação de imagem desnecessária. Podia poupar o Brasil dessa.

Em 2009, o vencedor na categoria masculina foi um alemão, que subiu o arranha-céu em 11 minutos. A mulher que ficou em primeiro lugar terminou em 14 minutos. Considerando que eu devo ser umas 4 vezes mais lenta que a ganhadora, eu tenho que ser capaz de ficar 1 hora subindo degraus incessantemente.

Parece-me bem inteligente eu estar fisicamente preparada.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Herói por um dia

Eu ia escrever “heroína”, mas ia ficar estranho, porque eu sempre lembro da droga. E pronto, agora eu já estou discursando sobre. Era mais fácil eu ter escrito “heroína” de uma vez.

O que importa é que hoje eu fiz algo muito digno. E queria contar pra vocês. Hoje eu perdi a minha reunião matinal do trabalho porque eu cheguei atrasada. Por uma boa causa.

Eu estava andando a pé até a empresa, tranquilona, pasmando ainda de sono, quando eu vejo um micro filhote de gato perdido NO MEIO DA RUA. Todo assustado. Coitadinho, tava parado ali. Parecia um pássaro, de tão pequenino.

Aí eu olho pro lados e avisto uns carros chegando. MEU DEUS! ELE VAI SE ATROPELADO! Pensei: “É agora, Claudia. Agora é a hora de agir. Pára o trânsito e salva esse bichinho”. Saí correndo, fiquei de pé na frente do gato e acenei para os veículos, que nem estavam vendo o filhote. Eles pararam, deram a volta em mim e seguiram. Daí deu até pra eu tirar uma foto pra vocês verem.


Depois do susto, são e salvo na calçada:

Direto da parede da minha sala pra vida real.

Se as opções fossem “se esfolar num barranco” ou “salvar um filhotinho fofo”, é claro que eu ia escolher a segunda alternativa. Mas ficar entre “comparecer à reunião de trabalho” e “salvar um filhotinho fofo” foi fácil demais. Ficou até sem graça.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Agora, sim. Lar, doce lar.


Durante 5 dias eu corri atrás de um novo apartamento pra morar. Pesquisei bastante, olhei vários, mas não foi tão fácil. Sempre tinha algo que me incomodava. Até que, finalmente, encontrei um SENSACIONAL - com apenas 3 “poréns”. Peguei na hora! Magina. Ficar na casa do terror estava fora de cogitação.

Agora, sim. Apê delícia, só porque eu mereci muito.




Não só agora eu tenho um colchão, como eu tenho 2. Que paraíso!

Ah, esqueci de falar os 3 “poréns”, né? Um é a cortina, que eu não gostei. O outro é o sofá, que eu ainda vou encapar com um tecidão preto porque a estampa lembra a casa da minha vó nos anos 80. O último ponto que me incomodou foram os gatinhos.

Gatinhos? Que gatinhos?

ESSES GATINHOS:

Me explica o que eles estão fazendo aí? Porque eu não sei. Eu realmente não-sei.

Eu ainda vou dar uma decorada no apê, comprar uns pôsteres P&B do Led Zeppelin e The Doors. Pra deixar bem rock ‘n roll, quebrar a vibe “arrumadinha” e, CLARO, pra cobrir os gatinhos da parede.

sábado, 8 de maio de 2010

Hsinchu, a esfinge

Vim aqui pro café da esquina escrever no blog, numa mesinha colada no vidro que dá pra rua. Gosto assim, porque eu fico observando o movimento da noite, absorvendo a cultura local e sorvendo caffe' latte.

Enquanto eu não decifro a cidade, eu fico aqui devorando esse cheesecake.

Hsinchu... hmm. Indigesta à primeira vista. Difícil de entender. Gosto diferente, cheiro forte. Os night markets, os restaurantes, as ruas. Gente. Comida.

E como eu já disse, é uma cidade relativamente pequena. Voltada pra pesquisa e negócios envolvendo tecnologia. Cheia de estudantes universitários. Super tranqüila. Violência zero, buzinas são raras e sirene é luxo. As pessoas são calmas e muitzZZZzzZz...

Muita pimenta, pouco sal.
Me intriga.

Night market:


Praça perto do night market:


Downtown:


Me desculpem pela falta de qualidade e variedade. Usar a câmera do celular é desanimador. Eu vou postando fotos melhores ao longo do tempo.

Sobre a língua, eu não sei de onde eu tirei que todo mundo falaria inglês. No meu primeiro dia aqui, quis trocar o meu dinheiro pela moeda local (New Taiwan Dollar). Missão impossível encontrar um banco. E eu ainda não falava uma palavra de chinês. Tentei as tiazinhas das lojas, transeuntes, jovens estudantes. Ninguém conseguia me responder. Até que vi uma garota toda descolex se aproximando. Meias cor-de-rosa e tênis amarelo. Pensei “Taí! Fechou. Essa fala inglês certeza”.
Not.

Difícil encontrar alguém aqui que se arrisque a conversar em inglês. Depois eu descobri que os jovens até sabem um pouco, mas têm A MAIOR vergonha. Eles não se sentem confortáveis, então fingem que não entendem nada. Mas as pessoas aqui são super prestativas e simpáticas. Muito. Dá pra fazer mímica que eles estão abertos a ajudar.

Sobre a história de eu querer trocar dinheiro, no final uma atendente de loja me entendeu. (felicidade extrema). Como ela não sabia explicar em inglês como eu fazia pra chegar ao banco, ela deixou o seu trabalho para me acompanhar por alguns metros até um ponto onde ela conseguisse me indicar com o dedo o sentido pelo qual eu deveria seguir. Uma fofa, né? Ah, e outro dia uma garota já chegou a me oferecer uma carona até uma praça que eu estava procurando.

Meu corpo não consegue processar tanta gentileza, assim, de graça. Fico sem entender.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lar, doce lar. NOT.

Cheguei de mala e cuia no meu novo "lar"... e quase tive um ataque. Entrei em choque quando me vi dentro daquela E-S-P-E-L-U-N-C-A. Geente, mas que buraco. Um misto de prisão tailandesa com manicômio dos anos 70. Vim pra Taiwan achando que ia ficar na curtição e acabei ficando num cortição.

Olha aí, tirei foto dos meus detalhes preferidos.


A porta do prédio:

Vermelho é cor de sorte por aqui. Que sorte a minha.

Subindo pro apê:


Internet? Ha-ha-ha


Vista magnífica.


Colchão? Pra quê?

Se bem que se a minha "cama" tivesse colchão, eu acho que eu ia preferir deixar ele de lado mesmo (imagina as condições em que ele estaria). Ah, mas tinha um travesseiro, sim. Olha que legal! Pesava uns 5 kg: 0,5 kg de espuma e 4,5 kg de ácaros e afins.

Nem abri minhas malas direito pelos 5 dias que precisei ficar ali. E a primeira coisa que eu fiz foi comprar desinfetante pra limpar tudo, travesseiro anti-alérgico e um edredon fofão pra eu me enrolar e amenizar o torcicolo do dia-seguinte.


Meu quarto aconchegante.

Enfim, Taiwan

Pisei em solo taiwanês. Toda deslumbrada. Tirando foto de qualquer placa em chinês.








Deslumbrada e cansada.

No aeroporto descobri que os meninos da AIESEC tinham confundido o dia de me buscar, mas tudo bem, eu só tive que esperar um tempo a mais ali. Eles chegaram às 3h da manhã e a gente ficou batendo papo até às 6h35 da manhã esperando os ônibus começarem a rodar. O ônibus nos levou até o trem de alta velocidade, que anda a 200 km/h mas pode chegar a 300 km/h (!). Pegamos o trem. Descemos na estação de Hsinchu (minha cidade). Ônibus de novo. Alguns metros a pé. Com duas malas. De 32 kg. Cada.

E chegamos no apê. Ah! O apê. Eu preciso de um post todo só pra ele.

De mala e cuia

23 de fevereiro. Chega o dia da viagem e eu não tinha neem começado a organizar a mala - que desespero. A minha prima me ajudou. Passou em casa pra me dar um abraço e acabou fazendo a Personal Assistant. Olha, sem ela eu não teria conseguido. E não to nem falando da minha mãe. Sem ela, esquece. A gente foi jogando tudo o que tinha dentro dos armários em 2 malas, que no final ficaram com 32 kg... CADA. Apesar da correria, tudo deu certo e eu nem esqueci nada.

NOT. Deixei a minha câmera fotográfica no Brasil, acredita? Tsc. Vão enviar por Fedex pra mim. No meio tempo eu vou usar o meu celular. Por isso que as fotos não estão com uma boa definição.

Ok, cheguei no aeroporto e passei por aquela correria de sempre: Pizza Hut (sempre, uma tradição. aeroporto = pizza hut), livraria pra comprar aquelas "cruzadinhas pra fazer no avião" que você acaba nunca lembrando de fazer no avião, comprar cadeado pra mala com o preço inflacionado em 600% só pra f@&#r com aqueles viajantes que viajaram forte e esqueceram de comprar antes (também está virando uma tradição minha). Abraços e beijos finais. Hmm. Até me deu um friozinho na barriga agora. Tsc. Que saudades.

... *expira*.

Continuando. Fiquei curtindo as pessoas que eu mais amo lá naquele lugar do aeroporto onde você se despede, sabe? Então, eu estava dando adeus e não é que ouço o meu nome ecoar no saguão? Haha pois é, quase perdi o vôo. Mas esse anúncio fez todo mundo se desesperar e dar o tchau final super rápido. O que é bom, porque assim não tem chororô. Daí eu fui a última dos 25 passageiros a embarcar. Exato, 25. Num avião de 241 lugares. Dormi delícia, estiradona em três poltronas e com um serviço de bordo super atencioso. Depois desse avião, esperei 9 horas no aeroporto de Los Angeles pelo vôo de 14 horas que me levaria pra Taiwan. Cheguei no comecinho do dia 26 de fevereiro (meia-noie e meia).